
Titulo Original: Lions for Lambs (2007)
Realizador: Robert Redford
Actores: Robert Redford, Tom Cruise, Meryl Streep
A sétima longa-metragem realizada por Robert Redford coincidiu com a sétima reunião da tertúlia das segundas. Como poderão ter reparado, este comentário inicia uma série de crónicas que os “tertulianos” irão escrever sobre os diversos filmes que todas as segundas tranquilamente vemos (salvo raras excepções), acompanhados de pipocas (doces ou salgadas) e de uma bebida bem fresquinha…
Depois de ter visto “Quizzshow” e o “Encantador de Cavalos” tinha um certo cepticismo relativamente ao trabalho de Redford enquanto realizador, se em “Quizzshow” nos mostra a hipocrisia e as manobras nos bastidores de um famoso programa de televisão o “Encantador de Cavalos” é um triste e secante espectáculo melodramático em que o espectador não afere qualquer conclusão significativa.
“lion for lambs” é um curto mas interessante filme que tem como tema central a politica externa da administração Bush encarnada por um ambicioso e eloquente Senador Irving magistralmente interpretado por Tom Cruise. Há primeira vista, parece que todo o filme se estrutura em torno de um novo plano de combate que irá trazer a vitória incondicional dos EUA em solo afegão (e consequentemente a vitória na “guerra contra o terror”) mas com o desenrolar dos diálogos vamos reparando em toneladas de críticas não só a G. W. Bush e aos republicanos bem como a todo o sistema político americano.
Separados por três “estórias” a de um professor de Ciência Politica de uma universidade da Califórnia que tenta convencer um talentoso aluno a utilizar as suas potencialidades, passando por uma jornalista “da velha guarda” liberal que se encontra amolecida pela esquizofrenia informativa a que a comunicação social americana caiu, acabando na trágica “estória” de dois jovens idealistas provenientes do gueto que se alistaram no exército para mudar o mundo, “Pões em Jogo” é um filme que retrata o espectro do terror psicológico que a sociedade norte-americana desenvolve no pós-11 de Setembro.
Dos três segmentos da trama, o que mais impressiona é o do dialogo entre Streep e Cruise, pois é onde o filme explora temas mais sub-reptícios e onde mensagem subliminar é mais forte. O povo americano, através dos mass media “comprou” a guerra do Iraque aos “Opion makers” da Casa Branca ao transmitir exactamente aquilo que a administração Bush quis. No escritório do “homem da sala com ar condicionado” travou-se um belo debate ideológico sobre os princípios fundamentais da informação a parir de uma conversa informal entre uma conceituada jornalista e um ambicioso Senador. A conclusão a que o espectador chega à cerca desse segmento? Ali, nos corredores da casa branca, nas “conversas privadas com jornalistas” bem como no campo de batalha a vitória era necessária, “whatever it takes”
Em “Lion for Lambs” não há qualquer tipo de conclusão em tom moralista há boa moda de la Fontaine, fugindo aos finais estereotipados de alguns filmes género, aqui, é o espectador que deve retirar as devidas conclusões sobre o que viu e na minha opinião (e olhem que é muito modesta) o fim abrupto e sem qualquer sinal visível de patriotismo descartável: o aparecimento da bandeira, referencia a Deus (do tipo “god bless América) ou a musica lamechas foi um dos trunfos da realização do cineasta americano.
Realizador: Robert Redford
Actores: Robert Redford, Tom Cruise, Meryl Streep
A sétima longa-metragem realizada por Robert Redford coincidiu com a sétima reunião da tertúlia das segundas. Como poderão ter reparado, este comentário inicia uma série de crónicas que os “tertulianos” irão escrever sobre os diversos filmes que todas as segundas tranquilamente vemos (salvo raras excepções), acompanhados de pipocas (doces ou salgadas) e de uma bebida bem fresquinha…
Depois de ter visto “Quizzshow” e o “Encantador de Cavalos” tinha um certo cepticismo relativamente ao trabalho de Redford enquanto realizador, se em “Quizzshow” nos mostra a hipocrisia e as manobras nos bastidores de um famoso programa de televisão o “Encantador de Cavalos” é um triste e secante espectáculo melodramático em que o espectador não afere qualquer conclusão significativa.
“lion for lambs” é um curto mas interessante filme que tem como tema central a politica externa da administração Bush encarnada por um ambicioso e eloquente Senador Irving magistralmente interpretado por Tom Cruise. Há primeira vista, parece que todo o filme se estrutura em torno de um novo plano de combate que irá trazer a vitória incondicional dos EUA em solo afegão (e consequentemente a vitória na “guerra contra o terror”) mas com o desenrolar dos diálogos vamos reparando em toneladas de críticas não só a G. W. Bush e aos republicanos bem como a todo o sistema político americano.
Separados por três “estórias” a de um professor de Ciência Politica de uma universidade da Califórnia que tenta convencer um talentoso aluno a utilizar as suas potencialidades, passando por uma jornalista “da velha guarda” liberal que se encontra amolecida pela esquizofrenia informativa a que a comunicação social americana caiu, acabando na trágica “estória” de dois jovens idealistas provenientes do gueto que se alistaram no exército para mudar o mundo, “Pões em Jogo” é um filme que retrata o espectro do terror psicológico que a sociedade norte-americana desenvolve no pós-11 de Setembro.
Dos três segmentos da trama, o que mais impressiona é o do dialogo entre Streep e Cruise, pois é onde o filme explora temas mais sub-reptícios e onde mensagem subliminar é mais forte. O povo americano, através dos mass media “comprou” a guerra do Iraque aos “Opion makers” da Casa Branca ao transmitir exactamente aquilo que a administração Bush quis. No escritório do “homem da sala com ar condicionado” travou-se um belo debate ideológico sobre os princípios fundamentais da informação a parir de uma conversa informal entre uma conceituada jornalista e um ambicioso Senador. A conclusão a que o espectador chega à cerca desse segmento? Ali, nos corredores da casa branca, nas “conversas privadas com jornalistas” bem como no campo de batalha a vitória era necessária, “whatever it takes”
Em “Lion for Lambs” não há qualquer tipo de conclusão em tom moralista há boa moda de la Fontaine, fugindo aos finais estereotipados de alguns filmes género, aqui, é o espectador que deve retirar as devidas conclusões sobre o que viu e na minha opinião (e olhem que é muito modesta) o fim abrupto e sem qualquer sinal visível de patriotismo descartável: o aparecimento da bandeira, referencia a Deus (do tipo “god bless América) ou a musica lamechas foi um dos trunfos da realização do cineasta americano.
Em suma Robert Redford apresenta-nos uma película sólida, que conta com excelente argumento assinado por “Matthew Michael Carnahan”, Está longe de ser um grande filme, falta-lhe densidade dramática e estética para isso, mas se o objectivo do realizador era conseguir por público a pensar, very well Mr. Redford.
Nota final: 3***
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