terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Control


Titulo Original: Control (2007)
Realizador: Anton Corbijn
Actores: Sam Riley, Samantha Morton, Alexandra Maria Lara


Em jornada dupla da tertúlia, e muito desfalcados pelas baixas que os exames produzem na esfera tertuliana aproveitamos para ver um filme que a critica especializada considerou como dos melhores de 2007. Control um filme inglês de um realizador desconhecido apresenta-nos a historia do lendário vocalista da banda de Manchester dos anos setenta, os Joy Division, nunca alcançaram o sucesso comercial que teriam tido se Ian Curtis não se tivesse suicidado aos 23 anos.
Na minha modesta opinião, foi o melhor “Biopic” (se o pudermos considerar neste campo) que alguma vez vi, para alem de um trabalho absolutamente notável de Anton Corbijn que adaptou o livro da viúva de Curtis, papel magistralmente interpretado por Samantha Morton, a fotografia, cuja escolha do preto e branco que salienta o ambiente sujo e triste dos arredores de Manchester, cidade natal da banda, passando pela magnifica banda sonora (que para alem das musicas dos Joy Division nos apresenta Iggy Pop, Bowie, Buzzcocks, Sex Pistols ou Clash) que caracteriza os anos duros do punk e do pós-punk britânico.
Absolutamente notável, portanto, a nível técnico Control é, porém, mais do que um filme plasticamente bonito, a derrapagem emocional de Curtis retratado pelo filme é impressionante, é incrível ver a evolução de uma personagem (real) que de um rapaz que perdeu o controlo do seu casamento, da musica que produzia e até relativamente ao seu corpo Ian Curtis perdeu…o controlo. É um facto biográfico sobejamente conhecido que os sucessivos ataques epilépticos o condicionaram e contribuíram para a deterioração da sua sanidade mental que o levou ao suicídio
Por fim, é preciso aqui deixar bem ciente que o trabalho de Sam Riley na pele do famigerado vocalista é digna de um Oscar se este filme fosse “oscarizavel”, a desordem emocional que emana da personagem transmuta-se para o espectador que atónito assiste à degradação de um génio. A última cena é como um culminar de uma situação insustentável, de um alheamento moral de um afastamento de tudo o que estava à sua volta, no fim, ao som de Atmosphere (não podia ter sido melhor escolhida) somos invadidos por um sentimento misto de pena e respeito por Ian Curtis, quando aparece o genérico final apetece bater palmas a um filme que verdadeiramente me encheu as medidas.


Vale a pena sair de casa para ir ver o filme, e se possível ouvir atentamente as musicas da banda, ambas as coisas são memoráveis, o veredicto final: 5*****

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